Parceria: Instituto Pé de Urucum
A celebração do Dia da Consciência Negra realizada pela Guarda de Congo da Família Bianos, em Jequitibá/MG, reafirmou a força, a espiritualidade e a profundidade histórica das tradições afro-brasileiras que atravessam gerações. Reconhecida por sua atuação cultural e religiosa, a Guarda mantém vivo um legado ancestral que transmite valores de resistência, devoção e pertencimento. A comemoração deste ano reforçou ainda mais essa memória coletiva, reunindo a comunidade em um encontro marcado por simbologias, fé e expressões corporais que constituem o coração das guardas de congado.
A parceria firmada com o Instituto Pé de Urucum somou esforços importantes para a realização do evento, ampliando o alcance e fortalecendo ações de valorização da cultura afro-brasileira. A presença institucional contribuiu para o registro, a difusão e o diálogo sobre o papel das guardas na preservação da identidade, especialmente em um momento do calendário nacional voltado à reflexão sobre desigualdades históricas e à celebração da herança africana no Brasil.
Durante a celebração, cantos, tambores e rituais conduziram os participantes por uma experiência de profunda conexão com as raízes tradicionais do congado. Os movimentos coordenados, as vestimentas coloridas e os ritmos que ecoam histórias de luta e espiritualidade transformaram o encontro em um espaço de união entre gerações — dos mais velhos, guardiões da memória, às crianças e jovens que aprendem e dão continuidade ao legado.
Ao reforçar sua presença em eventos como este, o Instituto Pé de Urucum reafirma seu compromisso com a salvaguarda do patrimônio imaterial, com o respeito às comunidades tradicionais e com o fortalecimento de iniciativas que promovem diversidade cultural, educação e memória social. A celebração do Dia da Consciência Negra, ao lado da Família Bianos, torna-se assim um marco de resistência e afirmação identitária.
O evento deixa como legado não apenas a beleza do ritual e a força da ancestralidade, mas também a importância de reconhecer, preservar e valorizar as expressões culturais que moldam a história do país. Em Jequitibá, mais uma vez, a Guarda de Congo da Família Bianos mostrou que tradição é também futuro — e que a memória coletiva segue viva, pulsante e indispensável.

